História

Conheça um pouco sobre a nossa história:

Na década de 1960, a cidade de São Paulo, crescia em ritmo sem precedentes. Uma nova classe empreendedora, ligada ao desenvolvimento estonteante da metrópole, manifestava sua preocupação crescente com a modernização da paisagem urbana. Tanto quanto a construção de arranha-céus e fábricas, a “Paulicéia desvairada” demandava espaços condizentes com a nova dinâmica de relações humanas. O convívio social, as práticas físicas salutares e o fomento da cultura formaram o ponto de partida dos grandes projetos remodeladores da cidade.

Cientes dessas premissas, eminentes personalidades da sociedade paulistana, ligadas aos mais variados setores profissionais, organizaram um plano audaz e ambicioso: a construção de um moderno e bem estruturado clube esportivo-social. Liderados por Leonardo de Barros Carvalho, diretor social do São Paulo Futebol Clube na ocasião, o grupo inspirou-se no pioneirismo dos bandeirantes para levar a cabo sua grande missão.

Em 3 de setembro de 1960, com a posse da primeira gestão administrativa, presidida por Barros Carvalho, iniciava-se oficialmente a trajetória de implementação do Anhembi Tênis Clube. Sobre o nome de batismo da entidade, seu primeiro presidente faria a seguinte explanação:

“Chama-se Anhembi, antigo nome do rio Tietê, estrada real das bandeiras que desbravaram o sertão. É um nome tradicionalmente ligado à história de São Paulo.”

Os desafios iniciais foram muitos. Contando apenas com a receita proveniente da venda dos primeiros títulos patrimoniais, a entidade pagaria gradativamente pelo terreno em que se localiza na atualidade. A escolha não se deu por mero capricho dos fundadores: o Alto de Pinheiros possuía inúmeras vantagens como a proximidade em relação aos bairros mais tradicionais da cidade e as boas condições das vias de acesso. Tais disposições são fundamentais na medida em que falamos de uma cidade que até então contava com um setor de transportes bastante incipiente.

O clube deveria conjugar prática esportiva e convívio social em instalações sofisticadas e funcionais. Se por um lado os associados poderiam contar com um amplo e aprimorado conjunto esportivo, por outro, procurava-se garantir a existência de espaços privilegiados de integração e conforto. A importância das quadras era proporcional à necessidade de ambientes de confraternização como o salão de baile ou o restaurante. Em 1961, José Sabato, um dos tesoureiros do clube, afirmaria: 

“Nossa finalidade é proporcionar ambiente não só esportivo, como social e cultural, onde nossos associados possam desfrutar de suas horas de lazer unindo os benefícios do esporte ao do convívio social.” 

Revelava-se ainda uma outra face do empreendimento na concepção de seus criadores: o clube não teria por objetivo o desenvolvimento do esporte profissional. O espírito de competição, na perspectiva dos fundadores, um entrave à cooperação mútua, não deveria se sobrepor à cordialidade do amadorismo nas práticas individuais e coletivas. Antes de tudo, a cobrança por resultados e vitórias era vista como um percalço à harmonia almejada. Ainda que as intenções originais dos fundadores tenham prevalecido nos primeiros anos, a discussão seria retomada, com intermitências, pelas gestões ulteriores. 

De maneira bastante inovadora, o projeto da sede levava em conta um elemento geralmente negligenciado nos clubes da época: o público infantil. Não bastava apenas construir instalações de recreação, era forçoso contar com uma equipe de monitores especializada e sempre presente. Pensava-se na segurança das crianças e na comodidade dos pais. 

Finalmente, era necessário dar ares de modernidade e funcionalidade à estrutura arquitetônica da sede. Impressionados com o arrojo da recém inaugurada capital federal, os fundadores optaram pelos serviços de um profissional ligado à vanguarda da construção civil nacional: João Batista Vilanova Artigas.

Experiente na execução de obras monumentais, Artigas utilizava-se de estruturas de concreto armado e linhas não convencionais para imprimir o tom de inovação em seus edifícios.  No Clube Anhembi, a grande musa inspiradora do artista foi a chuva. Os pilares da sede foram erguidos de modo a captar e conduzir as águas pluviais, valorizando o ruído suave que produziam em sua passagem. O som agradável de “chuva caindo” apaziguaria os espíritos e convidaria todos à contemplação da natureza. 

Em meados de 1961 iniciar-seia a construção do edifício-sede que, por sua magnitude e ousadia, só poderia ser concluído em gestão posterior.

Anhembi Tênis Clube: esporte e convívio social em alto nível. A Gazeta Esportiva, São Paulo, p.8, 14 set. 1960.

Esporte e convívio social no Anhembi Tênis Clube, Shopping-News, São Paulo, p.13, 8 jan. 1961.

 

Os sócios fundadores, a quem rendemos as nossas homenagens, foram:

• Antonio Gouveia

• Walter Albanezi

• Henrique Basano

• José Sábato

• Leonardo Barros Carvalho

• Mario Naddeo

• Nelson Neves

• Nicolau Marmo

• Osvaldo Moles